Nos últimos dias, as pesquisas da internet a respeito do câncer de intestino tiveram um aumento considerável. Isso porque a cantora Preta Gil comunicou ao público sobre a descoberta de um adenocarcinoma, tipo de tumor que acomete a parte final do intestino. A artista ainda fez o alerta sobre a importância do diagnóstico precoce e disse que começará o tratamento em breve.
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), são estimados cerca de 44 mil novos casos da doença por ano no entre 2023 e 2025. Desses casos, 23.660 devem ser diagnosticados entre mulheres e 21.970 entre homens.
O forte impacto da alimentação e os sintomas
Além da questão de idade (pessoas acima de 50 anos), os principais fatores de risco para desenvolver o câncer de intestino estão relacionados com hábitos de vida, sobretudo a alimentação, como: excesso de peso corporal e dieta não saudável, ou seja, pobre em frutas, vegetais e outros alimentos que contenham fibras.
O consumo de carnes processadas (salsicha, mortadela, linguiça, presunto, bacon, salame, entre outros), ingestão excessiva de carne vermelha (acima de 500 gramas de carne cozida por semana), consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo também aumentam as chances do aparecimento de tumores nesta região do corpo. Isso não exclui o surgimento da doença atrelado ao histórico familiar ou própria história pessoal de câncer no ovário, útero ou mama, por exemplo.
Alguns dos principais sintomas incluem: sangue nas fezes, alteração do hábito intestinal (diarreia e prisão de ventre alternados), dor ou desconforto abdominal, fraqueza e anemia, perda de peso sem causa aparente, alteração na forma das fezes (fezes muito finas e compridas) e massa (tumoração) abdominal. Mas atenção: esses sinais também estão presentes em problemas como hemorroidas, úlcera gástrica e outros problemas, e devem ser investigados para melhor diagnóstico e tratamento específico.
Diagnóstico e tratamento
A detecção precoce do câncer de intestino pode ser feita por meio de exames clínicos, laboratoriais, endoscópicos ou radiológicos, a partir de sinais e sintomas sugestivos da doença ou de pessoas sem sinais ou sintomas (rastreamento), mas que pertencem aos grupos com maios probabilidade de ter a doença.
O rastreamento dos tumores colorretal pode ser feito por dois exames principais: pesquisa de sangue oculto nas fezes e endoscopias (colonoscopia ou retossigmoidoscopias). A Organização Mundial da Saúde (OMS) preconiza que os países com condições de garantir a confirmação diagnóstica realizem o rastreamento do câncer de cólon e reto em pessoas acima de 50 anos, por meio do exame de sangue oculto de fezes.
A cirurgia costuma ser uma das etapas iniciais do tratamento, com a retirada de parte do intestino afetada e os gânglios linfáticos dentro do abdômen. Outras etapas do tratamento incluem a radioterapia associada ou não à quimioterapia. O tratamento demandado irá depender principalmente do tamanho, localização e extensão do tumor.
Prevenção
Como o câncer de intestino está fortemente relacionado com hábitos ruins, quando falamos em prevenção, estamos nos referindo à manutenção de hábitos saudáveis. Os principais são:
– Manutenção do peso corporal adequado;
– Prática de atividade física;
– Alimentação saudável composta por alimentos in natura como frutas, verduras, legumes, cereais integrais, feijões e outras leguminosas, grãos e sementes.
– Evitar o consumo de carnes processadas e limitar o consumo de carnes vermelhas (500g por semana);
– Não fumar e não se expor ao tabagismo.
A médica oncologista do Hospital do Câncer em Uberlândia, Dra. Florença Copati, falou mais sobre o assunto no programa Manhã Total, da TV Paranaíba. Confira!